Dinastia de Bragança

El-Rei Dom João IV (1604-1656), O “Restaurador”, 8º Duque de Bragança, 21º Rei de Portugal e dos Algarves. Herdeiro dos direitos legítimos à Coroa de Portugal pelo lado da sua Avó Dona Catarina, Duquesa de Bragança pelo seu casamento com o Duque Dom João, e neta de El-Rei Dom Manuel I. Casou com a Senhora Dona Luísa de Gusmão (1613-1666), filha dos 8ºs Duques de Medina Sidónia. Tiveram uma filha e três filhos – S.A. o Senhor Dom Teodósio (1634-1653), 9º Duque de Bragança; S.A. a Senhora Dona Catarina (1638-1705), Infanta de Portugal, etc., casada em 1662, com Carlos II (1630-1685), Rei de Inglaterra.S.g.; S.M. El-Rei o Senhor Dom Afonso VI (1643-1683), o “Victorioso”, 10º Duque de Bragança, etc., casado em 1666, com a Princesa Dona Maria Francisca de Sabóia (1646-1683). S.g.; e S.M. El-Rei o Senhor Dom Pedro II, que segue.

D. Pedro II, autor desconhecido, Palácio Nacional de Sintra

S.M. El-Rei o Senhor Dom Pedro II (1648-1706), o “Pacífico”, 23º Rei de Portugal, Regente do Reino (1667-1683), etc., casado com a Princesa Dona Maria Francisca de Sabóia (pois o casamento com Dom Afonso VI fora anulado). C.g. extinta; casou em 2ªs. núpcias com a Princesa Dona Maria Sofia de Neuburgo (1666-1699), filha do Príncipe Filipe Guilherme de Neuburgo, Eleitor  Palatino do Reno, e da Princesa Isabel Hesse-Darmstad. Tiveram quatro filhos – S.M. El-Rei o Senhor Dom João V, que segue; S.A. O Senhor Dom Francisco (1691-1742); S.A. O Senhor Dom António (1696-1757), e S.A. O Senhor Dom Manuel (1697-1766).

S.M.F. El-Rei o Senhor Dom João V (1689-1750) , o “Magnífico”, 24º Rei de Portugal, etc., casado com a Arquiduquesa Dona Maria Ana Josefina Antonieta de Áustria (1683-1754), filha de Leopoldo I, Imperador de Áustria, Rei da Hungria e da Boémia, e da Imperatriz Leonor Madalena de Neuburgo. Tiveram uma filha e quatro filhos – S.A. a Senhora Dona Maria Bárbara (1711-1758), Infanta de Portugal, Rainha de Espanha, casada em 1729, com D. Fernando VI (1713-1759), Rei de Espanha. S.g.; S.M.F. El-Rei o Senhor Dom José I, que segue; S.A. o Senhor Dom Carlos (1716-1736); S.M.F. El-Rei o Senhor Dom Pedro III (1717-1786), Infante de Portugal, etc., casado em 1760, com sua sobrinha a Rainha Senhora D. Maria I (ver adiante), e S.A. o Senhor Dom Alexandre (1723-1728).

D. José I, Miguel António do Amaral, Hermitage Museum

S.M.F. El-Rei o Senhor Dom José I (1714-1777), o “Reformador”, 25º Rei de Portugal (1750), etc., casado em 1732, com a Infanta Dona Mariana Victória de Bourbon (1718-1781), filha de D. Filipe V, Rei de Espanha, e da Rainha Dona Isabel Farnese. Tiveram quatro filhas -S.M.F. a Rainha Senhora D. Maria I, que segue; S.A. a Senhora Dona Maria Ana (1736-1813); S.A. a Senhora Dona Dorotéia Francisca (1739-1771); S.A.R. a Senhora Dona Maria Benedicta (1746-1829), Princesa do Brasil, casada em 1777, com seu sobrinho o Senhor Dom José (1761-1788), Príncipe do Brasil (ver adiante). S.g.

D. Maria I, Giuseppe Troni, Palácio Nacional de Queluz

S.M.F. a Rainha Senhora D. Maria I (1734-1816), a “Piedosa”, 26ª Rainha de Portugal, etc., casou em 1760, com seu tio o Senhor Infante Dom Pedro (1717-1786), Rei Consorte (futuro Rei D. Pedro III), Grã-Cruz das Ordens de Cristo, de São Bento de Aviz, e São Tiago da Espada; Cavaleiro do Tosão de Ouro (Espanha), etc.Tiveram uma filha e dois filhos – S.A.R. o Senhor Dom José (1761-1788), Príncipe do Brasil, casado em 1777, com sua tia a Senhora Infanta Dona Maria Benedicta de Bragança. S.g.; S.M.F. El-Rei o Senhor Dom João VI, que segue.; e S.A. a Senhora Dona Mariana (1768-1788), Infanta de Portugal, casada em 1785, com o Senhor Infante Dom Gabriel (1752-1788), Infante de Espanha, filho de D. Carlos III, Rei de Espanha.C.g.

D. João VI, Jean Baptiste Debret, MNBA, Rio de Janeiro, Brasil

S.M.F. El-Rei o Senhor Dom João VI (1767-1826), o “Clemente”, 27º Rei de Portugal, 23º Rei dos Algarves, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), Imperador Titular do Brasil, Príncipe da Beira e do Brasil, 21º Duque de Bragança, 18º Duque de Guimarães, 16º Duque de Barcelos, 20º Marquês de Vila Viçosa, 24º Conde de Arraiolos, 22º Conde de Ourém, Conde de Barcelos, de Faria e de Neiva, etc., casado em 1785, com a Rainha Senhora Dona Carlota Joaquina de Borbón(1775-1830), Infanta de Espanha, filha de Carlos IV, Rei de Espanha, e da Rainha Dona Maria Luísa de Borbón-Parma. Tiveram seis filhas e três filhos – S.A. a Princesa Senhora Dona Maria Teresa, casada em 1810, com seu primo o Senhor Infante Don Pedro Carlos de Bourbon e Bragança (1787-1813). C.g. estrangeira, e  a 2ª vez  em 1838, com seu tio e cunhado o Infante Don Carlos Maria Isidoro de Bourbon, Infante de Espanha. S.g.; S.A.R. o Senhor Dom António (1795-1801); S.A. a Senhora Dona Maria Isabel (1797-1818), casada em 1816, com seu tio S.M. o Senhor Don Fernando VII, Rei de Espanha. S.g.; S.M.F. o Senhor Dom Pedro IV (1798 – 1834), Rei de Portugal, Imperador do Brasil, etc., casado em 1817, com a Arquiduquesa Dona Maria Leopoldina de Áustria (1797-1826), filha de Francisco I, Imperador de Áustria, e da Imperatriz D. Maria Teresa. C.g. estrangeira na Casa Imperial do Brasil, e C.g. portuguesa (Ver adiante –  Ramo Constitucional – Reis de Portugal – Bragança – Bragança de Saxe-Coburgo-Gotha), casou em 2ª  núpcias com Dona Amélia Augusta de Leuchtenberg. C.g. extinta; S.A. a Senhora Dona Maria Francisca (1800-1834), casada em 1816, com seu tio o Senhor Don Carlos Maria José Isidoro de Bourbon (1778-1855), Infante de Espanha, Conde de Molina. C.g. ; S.A.R. a Senhora Infanta Dona Isabel Maria(1801-1876), Regente do Reino (1826-1828); S.A. o Senhor Infante  Dom Miguel (1802-1866),Usurpador da Coroa de Portugal (1828-1834), etc., casado em 1851, com a Princesa Dona Adelaide de Lowenstein-Wertheim-Rosenberg (1831-1909). C.g. estrangeira (Ver adiante – Ramo Absolutista / Miguelista – Bragança – Herédia de Bragança); S.A. a Senhora Infanta Dona Maria d’Assunção (1805-1834); e S.A. a Senhora Infanta Dona Ana de Jesus Maria (1806-1857), Infanta de Portugal, etc., casada em 1827, com Dom Nuno de Mendóça Rolim de Moura Barreto (1804-1875), 2.º Marquês de Loulé (futuro 1º Duque de Loulé), etc., C.g. portuguesa (Ver adiante – Ramo Constitucional – Duques de Loulé – Mendóça Rolim de Moura Barreto – Folque de Mendóça – Folque de Bragança e Bourbon de Mendóça).

RAMO (Constitucional)

REIS DE PORTUGAL

Bragança – Bragança de Saxe-Coburgo-Gotha

D. Pedro IV, 1834, fardado de Coronel do Batalhão de Caçadores 5, autor desconhecido, col. particular

O Rei Dom Pedro IV, filho primogénito de El-Rei Dom João VI e da Rainha Senhora Dona Carlota Joaquina de Bourbon. Quando do regresso da Família Real a Portugal (1821), o Sereníssimo Senhor Dom Pedro, como Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, permaneceria no Brasil; sendo pouco tempo depois, a 7 de Setembro de 1822, obrigado a dar a independência daquele Estado Ultramarino. A partir desta data tornarse-ia no 1º Imperador do Brasil com o título de “Defensor Perpétuo”, tendo em 1831 abdicado em favor de seu filho o Príncipe Dom Pedro (II). Em 1826 decretou a Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa, abdicando do trono de Portugal a favor de sua filha a Princesa Dona Maria (II) da Glória, conservando-se como Regente na menoridade desta entre 1832-34, com o título de Duque de Bragança.

D. Maria II, 1850, William Corden, Royal Collection Trust

A Rainha Senhora Dona Maria II (1819-1853), filha de El-Rei Dom Pedro IV e da Arquiduquesa Senhora Dona Leopoldina d’Áustria, e como filha mais velha nascida antes da Independência do Brasil, manteve os seus direitos intactos à Coroa de Portugal, ficando a partir de 1826 desde a formal abdicação de Seu Pai, como Rainha de Portugal. Casou primeiramente por procuração, em 1826, com seu tio o Infante Dom Miguel, (casamento dissolvido em 1834). Casou mais tarde com o Príncipe Dom Augusto de Leuchtenberg (+1835), tendo as Cortes dispensado o art.º 90 da Carta Constitucional (para que S.M.F. a Rainha pudesse casar com estrangeiro), e de igual forma, quando casou em segundas núpcias com o Príncipe Dom Fernandode Saxe-Coburgo-Gotha,  o qual depois do nascimento de seu primeiro filho em 1837, passou a ser designado por Rei Dom Fernando II. A descendência da Rainha Dona Maria II reinará em Portugal até ao fim da monarquia, em 1910.

S.M.F. a Rainha Senhora Dona Maria (II) da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Izidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Áustria (1819-1853),a “Educadora”, 30ª Rainha de Portugal, Princesa da Beira, Duquesa do Porto, Grã-Mestra das Ordens de N.S. Jesus Cristo, S. Bento de Aviz, S. Tiago de Espada, N.S. da Conceição de Vila Viçosa, e de Santa Izabel – Rainha de Portugal; etc., casada por procuração em 1826, com seu tio o Senhor Infante Dom Miguel (este casamento não chegou a verificar-se em pessoa, vindo a ser dissolvido pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, a 27 de Novembro de 1834). Casou a primeira vez, em 1835, com o Príncipe Dom Augusto Carlos Eugénio Napoleão Beauharnais (1810-1835), Duque de Leuchtenberg, Duque de Santa Cruz. S.g. Casou em segundas núpcias, em 1836, com S.M.F. El Rei Dom Fernando (II) Augusto Francisco António de Saxe Coburgo Gotha (1816-1885), Regente do Reino, Marechal General do Exército Português, etc., filho do Príncipe Fernando Jorge Augusto da Saxe Coburgo Gotha, e da Princesa Maria Antonieta Gabriela de Kohary. Deste casamento tiveram sete filhos e quatro filhas  – S.M.F. El-Rei o Senhor Dom Pedro V (1837-1861),  o “Esperançoso”, 31º Rei de Portugal, Duque de Bragança, Duque de Saxe Coburgo Gotha, casado em 1858, com a Princesa Dona Estefânia de Hohenzollern Sigmarigen (1837-1859) S.g.; S.M.F. El-Rei o Senhor Dom Luís I, que segue; S.A. a Senhora Infanta Dona Maria (n.+1840); S.A. o Senhor Infante Dom João (1842-1861), Duque de Beja, etc. ; S.A. a Senhora Infanta Dona Maria Ana (1843-1884), casada em1859, com o Príncipe Frederico Augusto de Saxe (1832-1904), Rei da Saxónia, C.g. estrangeira;  S.A. a Senhora Infanta Dona Antónia (1845-1913), casada em 1861, com o Príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringem (1835-1905), C.g. estrangeira; S.A. o Senhor Infante Dom Fernando (1846-1861); S.A. o Senhor Infante Dom Augusto (1847-1889),Duque de Coimbra, etc.; S.A. o Senhor Infante Dom Leopoldo (n.+1849); S.A. a Senhora Infanta Dona Maria (n.+1851); S.A. o Senhor Infante Dom Eugénio (n.+1853).

S.M.F. El-Rei o Senhor Dom Luís ( I ) de Bragança de Saxe Coburgo Gotha (1838-1889),“o Popular”, 32º Rei de Portugal, Duque do Porto; Duque de Saxe Coburgo Gotha, Grão-Mestre das Ordens de N.S. Jesus Cristo, S. Bento de Aviz, S. Tiago de Espada, da Torre e Espada, de N.S. da Conceição de Vila Viçosa, etc.; casou em 1862, com a Princesa Dona Maria Pia de Sabóia (1847-1911), filha de Victor Emanuel II, Rei de Itália, e da Arquiduquesa Maria Adelaide. Tiveram dois filhos – S.M.F. El-Rei o Senhor Dom Carlos I, que segue; e S.A.R. o Senhor Infante Dom Afonso Bragança de Saxe Coburgo Gotha (1865-1920), Príncipe Real (1º de Fevereiro de 1908), Duque do Porto, etc.; casado em 1917, com Nevada  Stoody Hayes (1885-1941). S.g.

S.M.F. El-Rei o Senhor Dom Carlos ( I ) de Bragança de Saxe Coburgo Gotha (1863-1908), “o Martirizado”, 33º Rei de Portugal, Duque de Bragança, Grão-Mestre de todas as Ordens Portuguesas, etc.; casou em 1886, com a Princesa Dona Maria Amélia de Orléans (1865-1951), filha dos Condes de Paris. Tiveram uma filha e dois filhos – S.A.R. o Senhor Dom Luís Filipe (1887-1908), Príncipe Real; e S.M.F. El-Rei o Senhor Dom Manuel II, que segue.

S.M.F. El-Rei o Senhor Dom Manuel ( II ) de Bragança de Saxe Coburgo Gotha (1889-1932), “o Desventurado”, 34º Rei de Portugal, Duque de Bragança, Duque de Beja, Conde de Ourém, Grão-Mestre de todas as Ordens Portuguesas, etc., casado em 1913, com a Princesa Senhora Dona Augusta Vitória de Hohenzollern Sigmarigen (1890-1966), filha do Príncipe Guilherme de Hohenzollern, e da Princesa Senhora Dona Maria Teresa de Bourbon-Sicílias. S.g.

RAMO (Absolutista)

Bragança – Herédia de Bragança

Descendentes do ex-Infante Dom Miguel, filho segundo de El-Rei Dom João VI e da Rainha Senhora Dona Carlota Joaquina de Bourbon. O então Infante Dom Miguel, depois do fracasso do movimento da Abrilada a 30 de Abril de 1824, foi obrigado por seu Augusto Pai a sair do Reino, estabelecendo-se em Viena d’Áustria. Em 1826, acordou com seu irmão Dom Pedro, o consórcio com sua sobrinha a Senhora D. Maria II, tendo para tal jurado a Carta Constitucional a 4 de Outubro de 1826. Em 1828, regressa ao Reino, desfazendo o juramento, declara-se Rei a 30 de Junho de 1828, provocando uma guerra civil entre os seus defensores e os de sua sobrinha que culminaria na sua derrota em 1834. Por Decreto de 17 de Março de 1834, é privado das honras de Infante. No mesmo ano a 26 de Maio é obrigado, pela Convenção de Évora Monte, assim como por sua própria declaração de 29 do mesmo mês, a sair do Reino, embarcando em Sines no 1º de Junho. Foi declarado, ele e sua descendência, inábeis para a sucessão do Trono, pela Lei de 19 de Dezembro de 1834 (Travassos Valdez, Almanach de Portugal, Lisboa, 1856, p. 6).

Desde o seu banimento, o usurpador D. Miguel de Bragança, usou indevidamente diversos títulos pertencentes à Casa Real de Portugal, prática continuada pela sua descendência, que de forma abusiva e ilegal (à luz do direito aplicável até 5 de Outubro de 1910), usaram nomeadamente os títulos de Duque de Bragança, de Guimarães, de Viseu, etc., hostilizando sistemáticamente a Família Real Reinante em Portugal até ao fim da monarquia; prolongando o mesmo abuso durante a vida de El-Rei Dom Manuel II e da Rainha Senhora Dona Amélia de Orléans (in A Casa de Bragança – História e Polémica, Portugália Editora, Lisboa, 1940, pp. 93, 103, 104, 108, 170, e 171).

Depois da morte sem descendência de El-Rei Dom Manuel II em 1932, D. Duarte Nuno de Bragança (1907-1976), neto do usurpador, foi designado de forma arbitrária e absurda, por uma Assembleia de monárquicos integralistas dos movimentos de então, nomeadamente a Junta Central do Integralismo Lusitano – afecto à facção miguelista, como Sucessor ao Trono de Portugal (Documentos da Aclamação d’El-Rei D. Duarte II, União Monárquica, Lisboa, 1933, p. 35). Esta farsa, sem qualquer tipo de valor legal (à luz da Lei da Sucessão da Coroa da Monarquia Portuguesa), foi um expediente ardiloso, com aparência de suposta normalidade, utilizado pelos miguelistas /integralistas, para ludibriar os monárquicos constitucionais, e com isso tentarem legitimar as antigas ambições dos pretendentes miguelistas.

Apesar disso, só a partir de 1942 houve um maior consenso, quando através do casamento que fez com sua parente da Casa Imperial do Brasil – a Princesa Dona Maria Francisca de Orléans e Bragança (1914-1968), uniu por laços de sangue Absolutistas e Constitucionais, alcançando sob os auspícios de Salazar e do Estado Novo um alargado apoio, que culminaria em 17 de Maio de 1950 com a revogação pela Assembleia Nacional da Lei do Banimento de 1834, permitindo a entrada em Portugal dos descendentes do ex-Infante D. Miguel de Bragança.

Anos mais tarde, esse aparente consenso seria desfeito pelo filho primogénito desse casal – D. Duarte Pio de Bragança pelo casamento que fez em 1995, com D. Isabel Curvelo de Herédia, descendente de Francisco de Herédia, um dos principais implicados no regicídio de El-Rei Dom Carlos I e do Príncipe Real Dom Luís Filipe no dia 1.º de Fevereiro de 1908 (Jorge de Morais “Regicídio a contagem decrescente 100 anos [1908-2008]”, pp.127-129,130-132,160,161). Este crime monstruoso contribuirá decisivamente para a queda da monarquia e implantação da república (5 de Outubro de 1910). Como já havia referido El-Rei Dom Pedro V àcerca das pretensões miguelistas: – Há uma história ensanguentada, que não se esquece; há uma obstinação, que não se abate !”(Cartas de D. Pedro V aos seus Contemporâneos, p. 238).

RAMO (Constitucional)

DUQUES DE LOULÉ

Bragança – Mendóça Rolim de Moura Barreto – Folque de Mendóça

Folque de Bragança e Bourbon de Mendóça

A Casa dos Duques de Loulé descende da Família Mendóça, uma das maiores de Espanha, quer por antiguidade e nobreza, como pela fecunda descendência com que se tem dilatado em diversos ramos em toda a península. Descende de D. Iñigo Lopes, 6º Senhor Soberano de Biscaia (1025-1076), achando-se enlaçada por casamento através dos séculos com as Casas Reais de Portugal, Castela, Leão, Navarra e Aragão; e igualmente com as Famílias principais desses Reinos, de sorte que não achará hoje em toda a península Casa grande ou titular da Antiga Nobreza, com que não esteja aparentada. Os Duques de Loulé, são Dinastas da Casa Real, e têm entre outros, os Títulos de Duque de Loulé (1862), Marquês de Loulé (1799), Conde de Vale de Reis (1628), Senhor de Azambuja (1200), Montargil (Séc. XIII), e Póvoa e Meadas (1482); Alcaide-Mor das Vilas de Azambuja (Séc. XII), Moura (1640), Loulé e Albufeira (Séc. XVII); Representante dos Duques da Terceira (1832) e dos Condes do Rio Grande (1678); Chefe do Nome e Armas dos Mendóças Portugueses, dos Barretos, dos Rolins (Azambujas) e dos Mouras.

A partir de 1827, quando do casamento de Dom Nuno de Mendóça, 2º Marquês de Loulé (depois 1º Duque de Loulé), herdeiro e sucessor desta Casa, com Sua Alteza a Senhora Infanta Dona Ana de Jesus Maria de Bragança e Bourbon (1806 –1857), Infanta de Portugal, filha mais nova de El-Rei Dom João VI (1767-1826) e da Rainha Senhora Dona Carlota Joaquina de Borbón (Infanta de Espanha); a Casa dos Duques de Loulé como Ramo Dinástico da Casa Real de Portugal, passa a estar na primeira linha de Sucessão da Coroa de Portugal, logo após a descendência portuguesa da Rainha Dona Maria II. Assim os membros desta Casa passaram a estar numa posição equivalente ao que em França desde o séc. XV se designa por Príncipes de Sangue (Luiz de Mello Vaz de São Payo, “A Linha de Sucessão”, Revista Raízes & Memórias, nº 9, Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, 1993, págs. 15 a 21).

Este casamento foi realizado conforme prescreviam as antigas leis do Reino e a Carta Constitucional para os casamentos das Princesas, isto é com prévia autorização Régia e com um português. Há que referir que o Marquês de Loulé para além de ser Grande do Reino, era pelos quatro costados, várias vezes descendente da Casa Real de Portugal, e através de seu avô o 3º Duque de Cadaval, encontrava-se no 18.º lugar da Linha de Sucessão da Coroa de Portugal.

Assim, a Sereníssima Senhora Infanta Dona Ana de Jesus Maria, continuou com todos os direitos que lhe cabiam por nascimento na Sucessão da Coroa Portuguesa, transmitindo à sua descendência os mesmos direitos dinásticos à Coroa de Portugal. A partir de então a Casa dos Duques de Loulé como Ramo Dinástico da Casa Real, ocupa a primeira linha na Sucessão da Coroa. Em 1932, depois da morte d’El-Rei Dom Manuel II, a Herdeira da Casa Loulé, passa a deter a legitimidade de jure na Sucessão da Coroa de Portugal e na Sereníssima Casa de Bragança (Casas Reais Europeias – Portugal, Coleção Flash!, SocTip, Lisboa, 2004, pp. 11 e 38).

S.A. a Senhora Infanta Dona Ana de Jesus Maria de Bragança e Bourbon (1806-1857), Infanta de Portugal, Marquesa de Loulé, Condessa de Barcelos, Grã-Cruz da Ordem de N.S. da Conceição de Vila Viçosa, Dama da Ordem de Santa Isabel, e da Ordem das Damas Nobres de Maria Luísa (Espanha), etc., casou na Capela do Palacio Real de Queluz , a 5 de Dezembro de 1827, com o Senhor Dom Nuno José Severo de Mendóça Rolim de Moura Barreto (1804-1875), 1º Duque de Loulé (1862), 2º Marquês de Loulé, 9º Conde de Vale de Reis,  24º Sr. da Azambuja, 14º Sr. do Morgado da Quarteira, 12º Sr. de Póvoa e Meadas, Representante dos Duques da Terceira (1832) com honras de Parente (1838), Representante dos Condes de Rio Grande, etc.; Gentil-Homem e Estribeiro-Mor d’el-Rei Dom João VI (e dos Reis D. Pedro V e Dom Luís I), Par do Reino hereditário (1826), Presidente da Câmara dos Pares do Reino, Presidente do Conselho de Ministros, Membro do Conselho de Estado, General de Divisão, Grã-Cruz das Ordens da Torre e Espada, Comendador da Ordem de Cristo, Grã-Cruz de diversas ordens estrangeiras, etc., filho dos 1º Marqueses de Loulé. Tiveram três filhas e dois filhos, sendo o herdeiro e sucessor:

O Senhor Dom Pedro (1830-1909), 2º Duque de Loulé, 3º Marquês de Loulé, 10º Conde de Vale de Reis, Estribeiro-Mor dos Reis Dom Luís I, Dom Carlos I e Dom Manuel II; Mordomo-Mor da Rainha Dona Maria Pia de Sabóia, Presidente da Câmara dos Pares, General de Brigada, etc., casou com a Senhora Dona Constança de Figueiredo Cabral da Câmara, filha dos 2ºs. Condes de Belmonte. De quem foi neta e herdeira de toda a Casa, a Sereníssima Senhora Dona Constança (1889-1965), de Jure Princesa Real, como Herdeira da Legitimidade Dinástica  Constitucional da Casa Real de Portugal e da Sereníssima Casa de Bragança (a partir de 2 de Julho de 1932, quando da morte d’El-Rei Dom Manuel II); 4ª Duquesa de Loulé de Juro e Herdade, 12ª Condessa de Vale de Reis, etc., casada com o Senhor José Pedro de Basto Feyo Folque (1888-1969), Conde de Vale de Reis (autorização d’El-Rei Dom Manuel II), combatente nas incurssões monárquicas da Galiza (1911/1912) e na Restauração de Monsanto (1919), Membro do Conselho Político de S.M. El-Rei Dom Manuel II, etc., filho dos Viscondes das Fontaínhas. Deste casamento tiveram três filhas e dois filhos, sendo o herdeiro e sucessor:

O Sereníssimo Senhor Dom Alberto (1923-2003), de Jure Príncipe da Beira(quando da morte d’El-Rei Dom Manuel II, ocorrida a 2 de Julho de 1932), Chefe do Ramo Dinástico Constitucional da Casa Real de Portugal, 5º Duque e 6º Marquês de Loulé, 13º Conde de Vale de Reis,  Representante dos Duques da Terceira e dos Condes do Rio Grande, etc., casado em 1953, com a Senhora Dona Maria Augusta Amélia de Moraes Cardoso de Menezes (n. 1932), Dama Grã-Cruz da Ordem Militar de São Sebastião, dita da Frecha, etc., filha de D. Henrique José de Mello Breyner Cardoso de Menezes (dos Condes de Margaride e dos Condes de Sobral), e de D. Helena de Carvalho Pereira de Moraes (dos Viscondes de Moraes). Tiveram além de cinco filhas, três filhos, respectivamente: O Sereníssimo Senhor Dom Pedro (n. 1958), Chefe do Ramo Dinástico Constitucional da Casa Real de Portugal (à luz da Lei da Sucessão da Coroa da Monarquia Portuguesa e demais legislação em vigor até 5 de Outubro de 1910), 6º Duque de Loulé, etc., casado civ. em 1997, com D. Margarida Vaz Pinto (divorciados). C.g.; O Sereníssimo Senhor Dom Henrique (n. 1964), casado em 1994, com D. Teresa Cardoso de Menezes (n. 1966), C.g.; O Sereníssimo Senhor Dom Filipe (n. 1967), Conde do Rio Grande, etc.